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quinta-feira, 26 de maio de 2011

UNICEF confirma: Cuba, território livre de desnutrição infantil

Infância e Juventude
Cira Rodríguez César   

Cuba

UNICEF confirma que Cuba é o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil

A existência no mundo em desenvolvimento de 146 milhões de crianças menores de 5 anos abaixo do peso contrasta  com a realidade das crianças cubanas, reconhecida mundialmente por  estar alheia a esse mal social. Essas preocupantes cifras apareceram num recente relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância  (UNICEF), sob o título de Progresso para a Infância, Um balanço sobre a  nutrição, divulgado na sede da ONU.
De acordo com o documento, as porcentagens de crianças abaixo do peso são de 28% na África Subsaariana, 17% no Oriente Médio e na África do Norte, 15% na Ásia Oriental  e no Pacífico, e 7% na América Latina e no Caribe.
Completam a tabela a Europa Central e do Leste, com 5%, e outros  países em desenvolvimeto, com 27%.
Cuba não tem esses problemas.  É o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil severa, graças aos esforços do Governo para  melhorar a alimentação do povo, especialmente a daqueles grupos mais vulneráveis.
As cruas realidades do mundo mostram que 852 milhões de pessoas padecem de fome e que 53 milhões delas vivem na  América Latina. Só no México, há 5,2 milhões pessoas desnutridas e no Haiti 3,8 milhões, enquanto em todo o planeta morrem de fome a cada ano mais de 5 milhões de crianças.
De acordo com estimativas das Nações Unidas, não seria muito custoso lograr saúde e nutrição básica para todos os habitantes do Terceiro Mundo.
Bastariam,  para alcançar essa meta, 13 bilhões de dólares anuais adicionais ao que agora se destina, uma cifra que nunca se logrou e que é exígua se se compara com o trilhão que a cada ano se destinam à publicidade  comercial, os 400 bilhões em drogas estupefacientes ou inclusive os  8 bilhões que se gastam nos Estados Unidos em cosméticos.
Para  satisfação de Cuba, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também reconheceu que esta é a  nação com mais avanços na América Latina na luta contra a  desnutrição.
O Estado cubano garante uma cesta básica de alimentos, que permite a nutrição de sua população ─ ao menos nos níveis básicos ─ mediante a rede de distribuição de produtos normatizados.
De igual forma,   levam-se a cabo reajustes econômicos em outros mercados e serviços locais para melhorar a alimentação do povo cubano e atenuar o deficit alimentar.
Especialmente, mantém-se uma constante vigilância  sobre o sustento dos meninos, das meninas e dos adolescentes. Assim, a atenção à nutrição começa com a promoção de uma melhor e natural forma de alimentação da espécie humana.
Desde os primeiros dias de nascidos, os incalculáveis benefícios da lactância materna justificam todos os  esforços realizados em Cuba a favor da saúde e do desenvovimento de sua  infância.
Isso permitiu elevar as porcentagens de recém nacidos  que mantêm até o quarto mês de vida a lactância exclusiva e que  inclusive continuam consumindo leite materno, complementado com outros  alimentos, até os 6 meses de idade.
Atualmente, 99% dos recém nascidos egressam das maternidades com lactância materna  exclusiva, superior à meta proposta, que é de 95%, segundo dados oficiais, nos quais se indica que todas as províncias do país cumprem esta meta.
Apesar das difíceis condições econômicas atravessadas pela Ilha, vela-se pela alimentação e nutrição das crianças, mediante a entrega diária de um litro de leite fluido a todas  as crianças de zero a 7 anos de idade.
Soma-se a isso, a entrega de outros alimentos, por exemplo, compotas, sucos e verduras, que, na dependência das disponibilidades econômicas do país, distribuem-se equitativamente nos primeiros anos da infância.
Até os 13 anos de idade, prioriza-se a distribuição subsidiada de produtos complementares como o iogurte de soja e em situações de desastres naturais protege-se a infância mediante a entrega gratuita de alimentos de primeira necessidade.
As crianças incorporadas aos Círculos Infantis (creches) e às escolas primárias em regime de semi-internato recebem, além do mais, o benefício do esforço contínuo para melhorar sua  alimentação quanto a componentes dietéticos lácteos e  protêicos.
Com o apoio à produção agrícola ─ mesmo em condições de seca severa ─ e uma maior importação de alimentos, alcança-se um consumo de nutrientes acima das normas estabelecidas pela  FAO.
Em Cuba, esse indicador não é a média fictícia de somar o consumo alimentar dos ricos e o dos famintos.
Adicionalmente, o consumo social inclui a merenda escolar, que se reparte gratuitamente a centenas de milhares de estudantes e trabalhadores da educação, as cotas especiais de alimentos para crianças de até 15 anos e pessoas de mais de 60 nas províncias orientais.
Nessa lista estão contempladas as grávidas, as mães lactantes, os anciãos e os incapacitados, o suplemento alimentar para  crianças de baixo peso e tamanho, e o abastecimento de alimentos aos municípios  de Pinar del Río, Havana e à Ilha da Juventude.
Tais entidades foram castigadas no ano passado por furacões, enquanto as  províncias de Holguín, Las Tunas e 5 municípios de Camaguey sofrem  atualmente com a seca.
Nesse empenho, colabora o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o qual contribui para melhora do estado nutricional da população mais vulnerável na região oriental, onde se beneficiam  a mais de 631 mil pessoas.
A cooperação do PMA com Cuba data de 1963, quando essa agência brindou assistência imediata às vítimas do furacão Flora.  Até a data, consumou no país 5 projetos de desenvolvimento e 14 operações de emergência.
Recentemente, Cuba passou de país receptor a doador.
O tema da desnutrição cobra grande  importância na campanha da ONU para lograr em 2015 as Metas de Desenvolvimento do Milênio, adotadas na Cúpula de chefes de Estado e de  Governo celebrada em 2000, e que têm entre seus objetivos eliminar a  pobreza extrema e a fome até essa data.
Mas os cubanos afirmam  que essas metas não tiram o sono de ninguém.  A própria ONU situa o país na vanguarda do cumprimento de tais reptos em matéria de desenvolvimento humano.
Não isenta de deficiências, dificuldades e sérias limitações impostas pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos há mais de 4 décadas, Cuba não mostra desesperadores nem alarmantes índices de desnutrição infantil.
Nenhuma das 146 milhões de crianças menores de 5 anos abaixo do peso que vivem hoje no mundo é cubana.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Sergio Granja

http://socialismo.org.br/portal/infancia-e-juventude/191-artigo/1333-unicef-confirma-cuba-territorio-livre-de-desnutricao-infantil

Educação Infantil

Educação
Heloísa Helena   

"Tentativa de Superação do Abandono e Solidão das Crianças Pobres"
Heloísa HelenaHeloísa HelenaA defesa dos Direitos das Crianças é sempre parte dos discursos políticos e dos programas eleitorais... entretanto a realidade de abandono e negligência do setor público para com elas mostra claramente como a demagogia é ferramenta poderosa para vitórias eleitorais e instrumento perverso de preservação do absurdo processo de aniquilamento da infância.
Muitos, em todos os partidos, menosprezam este debate! A direita reacionária e corrupta nem se incomoda com isso - rouba da merenda escolar para comprar uísque e sem escrúpulos rouba a dignidade humana - e sempre acaba se dando bem em terras-sem-lei, como a nossa e muitas outras também! Setores da esquerda acham este debate menor e típico do paternalismo caritativo e assim se contentam com as revoluções em mesa de bar ou guerrilhas na internet onde adoram proclamar que esperem o socialismo - pois só ele resolverá - mas usufruem das oportunidades do teto digno pra se abrigar, dos lençóis limpos para os filhos, dos planos de saúde, das escolas que ofertam dignidade.
A sociedade, em geral, fica extremamente comovida diante de casos extremos: "crianças morrem queimadas após incêndio no barraco... a mãe tinha saído para trabalhar!"; "bebê recém-nascido encontrado morto dentro de uma lixeira no banheiro do supermercado!"; "encontradas duas crianças carbonizadas em incêndio na favela...os pais trancaram a porta de cadeado com medo da violência"; "pai espanca o recém-nascido até a morte!"; "criança de um ano morre após ser estuprada em casa!"... Mas essa mesma sociedade, em maioria, observa com distância e pouco incômodo a situação indigna das trabalhadoras da educação, das mulheres pobres e a profunda humilhação das crianças jogadas na solidão da extrema miséria humana!
É verdade que existem grande lutas a serem travadas neste país que joga nos paraísos fiscais mais de 60 bilhões de dólares de fortunas de alguns poucos brasileiros – parasitas-sem-pátria – patrocinados por carcomidas políticas econômicas que impedem alternativas de dinamização econômica, geração de emprego e renda no campo e cidade, e políticas sociais que possibilitem ao menos a inclusão de populações vulneráveis socialmente. Mas enquanto nós lutamos para promover as grandes mudanças estruturais podemos lutar também para garantir, ao menos de imediato, 12 mil novas Unidades Educacionais como possibilidade concreta de um lugar digno para abrigar mais de 15 milhões de crianças de 0 a 3 anos que vivenciam miseráveis experiências cotidianas de humilhações diversas e abomináveis.
Esta luta é travada cotidianamente por conselheiros tutelares, movimentos sociais, agentes públicos comprometidos, intelectuais ou pessoas simples e lutadoras espalhadas pelo Brasil...é a luta desesperada de mulheres mães e avós – que precisam trabalhar e estudar - buscando um lugar digno para a proteção das suas crianças! Certamente, alguns farsantes da política, geralmente os ladrões ou a eles coligados, gritarão: "... Onde tem dinheiro pra tudo isso?"... mas a preocupação das excelências delinquentes não é por incompetência técnica de não compreender que menos de 2% do Orçamento da União garantiria de forma impecável a concretização dessa meta...é falta de compromisso social! Aliás, ainda lembro a histeria no antro da vadiagem política, em Alagoas e Brasília, para impedir a aprovação da PEC 40 de minha autoria - que garantia a obrigatoriedade da Educação Infantil... foram 5 anos de lutas para conseguir aprovar no Senado! E depois ainda tive que ver os 7 milhões de reais que mandei para construção de creches em Alagoas serem devolvidos ao Governo Federal num misto de incompetência e vagabundismo vulgar típico da "nossa" política local!
O mais doloroso mesmo, é que todos sabem que os mais importantes estudos em neurociência apresentam elementos extremamente importantes para a compreensão dos três primeiros anos de vida do ser humano, onde o cérebro constrói estruturas duradouras que permitirá e determinará a capacidade de aprendizagem, memória, raciocínio, habilidades linguísticas, sociais e afetivas. A rede de conexões neurológicas desse período potencializa não apenas as habilidades em lógica e matemática, a evolução da linguagem e da percepção ou coordenação motora... mas também um belíssimo período da nutrição do afeto, da estruturação dos preciosos laços de afetividade que muitas vezes a vulnerabilidade econômica, a desestruturação familiar, o alcoolismo e outras drogas psicotrópicas impedem que as pequeninas crianças possam vivenciar em suas casas.
Algumas crianças estão em creches brincando em areia esterilizada, em piso de vinil acolchoado, com ensino bilíngue a partir de 10 meses de idade, com pediatras e outros profissionais à disposição em tempo integral, com seus pais recebendo até fotos pelo celular todos os dias! Mas a grande maioria, a imensa maioria das nossas crianças, convive apenas com o medo, a tristeza, a violência, a frustração e a solidão da indigência!
É preciso lutar por toda a Educação Infantil, em todas as suas etapas e em qualquer denominação que a elas sejam dadas! Alguns acham ríspido tratar deste tema de tal forma... eu apenas repito Saramago... "Se tens o coração de ferro, bom proveito! O meu fizeram-no de sangue e sangra todo dia!"


Fonte:

http://socialismo.org.br/portal/educacao/65-artigo/2009-educacao-infantil

terça-feira, 24 de maio de 2011

18 de maio: Campanha pretende combater o turismo sexual e incentivar a denúncia.

24/05/2011


do Portal Pró-Menino

No último dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, foi lançada em São Paulo uma campanha que busca combater a prática, incentivando a denúncia e o combate ao turismo sexual. Promovida pelo Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e pelo Ministério Público do Trabalho, em parceria com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Infraero, a campanha, que conta com o apoio do Mac Donald´s, será difundida em áreas de grande circulação de turistas, como aeroportos, rodoviárias e estabelecimentos comerciais ao longo das rodovias.  A campanha foi lançada em evento que debateu os projetos de combate à exploração sexual infantojuvenil no Vale do Ribeira, em São Paulo, e contou com palestras de Ana Lourdes Fideles de Oliveira, gestora da Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (Drads) do Vale do Ribeira e membro da Coordenação Colegiada do Fórum PETI, e Eliana Cléia dos Santos Ferreira, assistente social pós-graduada em violência doméstica e membro do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Cidadania do Vale do Ribeira (Idesc).
Mais informações sobre a campanha e o evento em http://www.prt2.mpt.gov.br/imprensa/noticia_detalhe.php?seq=1929

http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/21aaa160-1380-478f-a9fc-98c5e66e3ab6/Default.aspx
 

Ferimentos matam mais de 830 mil crianças por ano

24/05/2011


Acidentes de trânsito, afogamentos e queimaduras são algumas das causas; OMS aprovou resolução para criar plataforma de prevenção de desastres.

da Rádio ONU em Nova York
Mônica Villela Grayley



A Organização Mundial da Saúde, OMS, aprovou uma resolução para criar medidas de prevenção de acidentes com crianças.

Segundo a agência da ONU, mais de 830 mil crianças morrem, todos os anos, vítimas de ferimentos gerados por acidentes de trânsito, quedas, afogamentos, queimaduras e envenenamento.

Escolas
O alerta foi feito no encerramento da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, nesta terça-feira. Ferimentos gerados por acidentes são a principal causa de morte de crianças, com menos de cinco anos, no mundo.

Com a resolução, os delegados da OMS pretendem criar uma plataforma de proteção que inclua limites de velocidade em torno de escolas, a obrigação do uso de cintos de segurança para crianças, além de alarmes contra fumaça e centros de controle contra envenenamento.

Meninos
De acordo com o relatório sobre prevenção de acidentes infantis, as regiões com os maiores índices de mortalidade combinados são o sudeste da Ásia e a África.

Os desastres de trânsito são a principal causa de mortes entre pessoas de 10 a 19 anos. A OMS afirmou que os meninos são mais propensos a ferimentos causados por acidentes que as meninas.

Mais de 95% das mortes por acidentes ocorrem em países de rendas baixa e média.
 
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/9f8c75df-212f-4610-92f9-e50f19a7c3b7/Default.aspx

Bullying: das brincadeiras à violência.

24/05/2011


por Cléo Fante

Cléo Fante é pesquisadora pioneira do bullying escolar no país e consultora da ONG Plan Brasil.

Todos nós já fomos crianças um dia. Quem não se recorda das brincadeiras que nos faziam rir e às vezes chorar de raiva ou de vergonha? Sem graça, inconvenientes, inconsequentes, maldosas. Mas tudo não passava de brincadeira.

As brincadeiras fazem parte das relações; aproximam, integram, incluem. Entre os estudantes, são essas brincadeiras que tornam o ambiente escolar divertido e descontraído, que estimulam a frequência, a permanência, o desempenho, a aprendizagem, o gostar da escola.

No entanto, quando as brincadeiras perdem a essência da espontaneidade, da diversão e do prazer podem se converter em violência. Nesse ponto é que está o sinal de alerta. Existe uma linha muito tênue entre brincadeira e violência. Na brincadeira deve existir um equilíbrio entre as partes e todos se divertem, se descontraem, participam. Quando há desequilíbrio, onde uma parte se diverte e a outra é constrangida, humilhada, intimidada, a brincadeira acabou e aí começa a violência.


Assim como as brincadeiras são parte das relações, pode-se dizer que a violência de igual modo. Quem não se recorda de cenas de violência envolvendo familiares, vizinhos, amigos ou a si mesmo.

A violência é cruel, machuca, faz sofrer. Ao longo dos tempos foi se instalando sorrateiramente em nosso cotidiano. Faz parte de nossas vidas, de nossas histórias. Está presente em todos os contextos sociais, nas relações entre adultos,  destes com as crianças e vice-versa.

Infelizmente, entre as crianças se torna cada vez mais visível, em especial no contexto escolar. Dentre as formas de violências que ocorrem entre os estudantes, há uma que desperta a atenção e o interesse de estudiosos de todo o mundo, o bullying.


O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares, sendo mais comum entre os estudantes. É definido como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por um indivíduo contra outro(s), sem motivos evidentes, causando dor e sofrimento e dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a intimidação.

É um fenômeno antigo, tanto quanto a própria instituição escola. No entanto, seus efeitos ao longo do tempo foram ignorados, por ser interpretado como brincadeiras da idade.



O bullying não pode ser confundido com brincadeira. É violência gratuita e intencional. É marcado por um jogo de poder, onde os mais fortes – do ponto de vista físico, emocional, econômico, social – convertem os mais fracos – sob os mesmos pontos de vista - em objetos de diversão e prazer.

O autor de bullying é movido pelo desejo de popularidade, aceitação, status de poder no grupo social. Para isso, submete aquele que elegeu como “bode expiatório” à situação de inferioridade, ao escárnio público na escola ou na internet, ao psicoterrorismo. Humilha, constrange, difama, intimida, persegue, amedronta. Quanto mais atormenta a vida do outro, mais cresce a sua popularidade. Torna-se temido e muitas vezes respeitado entre os colegas de escola e/ou fora dela.

Geralmente, escolhe aquele que não oferece resistência, o vulnerável, o mais fraco, o menor, o que tem poucos ou nenhum amigo. As vítimas potenciais são os que apresentam exacerbada timidez, introspecção, dificuldade relacional, diferenças individuais positivas ou negativas, dificuldade de se impor e de se defender.

Suas ações são validadas por muitos que assistem e acabam por participar - direta ou indiretamente -, como espectadores ativos, passivos ou omissos.

É claro que há os que não concordam com o comportamento negativo dos colegas, tentam defender as vítimas, mas nem sempre conseguem. Outros se divertem com a intimidação e o sofrimento alheio. Há, ainda, os que se omitem temendo ser eleitos como próximos alvos dos maus tratos.

A vítima acuada, na maioria dos casos, sofre em silêncio. Por medo de represálias ou da incompreensão dos adultos ou dos colegas, da vergonha de se expor ainda mais ou de não sobrecarregar os familiares com mais problemas. Carrega consigo a dor, a vergonha, a raiva, tanto daqueles que a fazem sofrer como de si mesma, por não saber o que fazer.

Os efeitos do bullying afetam a todos, em especial às vítimas, que poderão ter seu processo de desenvolvimento comprometido. Dependendo da gravidade da exposição e temporalidade, as sequelas podem acompanhá-las além do período acadêmico. Poderão se tornar adultos inseguros, tensos, agressivos, deprimidos, com dificuldades relacionais e afetivas. Poderão desenvolver transtornos e doenças de fundo emocional, adotar condutas ofensivas, reproduzir o sofrido em outros contextos, como o laboral e familiar.

Em alguns casos, o bullying está associado aos massacres que ocorreram em escolas, com maior incidência nos Estados Unidos. No Brasil, as tragédias em Taiuva (SP, 2003), Remanso (BA, 2004) e Realengo (RJ, 2010) retratam as sequelas do bullying.

Durante anos os protagonistas de tais tragédias foram alvos de deboches, humilhações e perseguições gratuitas por serem diferentes dos demais. Ressentimentos foram ao longo do tempo represados, pensamentos de vingança foram se cristalizando, problemas foram se acumulando. Um componente sozinho não é capaz de produzir tanto efeito, mas a junção de fatores, emocionais, familiares, econômicos, sociais, laborais, associada ao bullying é.

Obviamente nem todas as vítimas de bullying chegarão ao trágico desfecho de matar e matar-se. Há os que sofrem, os que enfrentam, os que superam. Há os adultos que, quando instrumentalizados, oferecem apoio, segurança e auxílio às vítimas e autores. Isso é imprescindível.

Por outro lado, obviamente, que nem tudo o que acontece na escola é bullying. Há provocação, desavença, briga, conflito, indisciplina, desrespeito, incivilidade. Existe uma gama de situações que ocorrem entre os estudantes. O que vejo é certo exagero por parte de muitos adultos, que tentam explicar o bullying de forma precipitada e equivocada, o que tende a banalizar e alarmar a sociedade.

Muitas escolas, equivocadamente, estão querendo acabar com as brincadeiras. As crianças estão sendo constantemente observadas, advertidas, engessadas. As brincadeiras, mesmo as agressivas, inconvenientes ou inconsequentes, fazem parte das relações. Deixem as crianças brincarem. Os adultos devem observar à distância e quando as brincadeiras perderem sua essência é que devem intervir.

Afinal, brincar é direito de crianças e adolescentes que deve ser preservado. O que não se pode permitir é a ocorrência de bullying. Todos devemos velar pelos direitos de crianças e adolescentes. Punir ou criminalizar não é a solução. Prevenir é melhor do que remediar, diz o velho ditado.
 
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/45415cb6-11e2-46c3-b158-914daee3f535/Default.aspx

Os Insaciáveis Corruptos - Por Heloisa Helena


      Escrever ou falar ou até pensar em Corrupção é verdadeiramente insuportável. Ao contrário do que pensam alguns – geralmente políticos ladrões e seu bajuladores usufruidores da safadeza – eu pessoalmente não tenho nenhum prazer em ficar todo o tempo denunciando os crimes contra a administração pública patrocinados pelos excelentíssimos vigaristas... só o faço para falar o que muitos gostariam de fazê-lo e para não ser parte do imenso conluio silencioso dos cínicos e covardes.
      Alguns dizem, em estado de desesperança, que nem adianta enfrentar  a ordem reinante pois ela nunca vai se alterar... outros lutarão todos os dias e ostentarão suas cicatrizes como sinais sagrados que estiveram na batalha e não se renderam...outros, muitas dores na vida já precisam  esquecer e preferem buscar bálsamos diversos para evitar enfrentar mais angústias...e outros e outros mais!
      É fato que em nosso Brasil querido há muito tempo os oportunistas - espalhados em todos os terrenos sem respeitar ideologia ou partido ou religião - sempre dão um jeitinho de fomentar espaços apodrecidos para que eles possam continuar a reinar. Desde que Pero Vaz de Caminha inaugurou a solicitação, numa longuíssima e detalhadíssima carta à Sua Alteza, de uma “singular mercê” ou seja tráfico de influência, o negócio sujo prosperou. Depois de mais de 450 linhas, onde ele tudo escrevia sobre o que via na paisagem - dos mares à inocente nudez indígena, das águas infindas à imensidão de terra que “querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo” -  resolveu o dito cujo, nas duas últimas linhas, solicitar que seu genro (que cumpria pena em São Tomé pelo vício de roubar igrejas e surrar padres) saísse da prisão e fosse curtir a família!
      Daí em diante os fatos graves e relevantes relacionados às mais diversas modalidades de roubar os cofres públicos e confiar na impunidade se agigantou. Vemos de tudo do mais vil e imundo possível... da ostentação vulgar de riqueza familiar inimaginável resultante dos roubos deles até os malditos e criminosos leilões de virgindade de crianças pobres que eles participam... e foram de tal forma se avolumando que gerou da indignação de alguns à banalização dos fatos por muitos mais!
       Enquanto isso, para minimizar o odor fétido desse submundo, os reinados resolveram incorporar também a “arte” de reduzir cabeças...uma técnica “inovadora” de prensagem dos neurônios com destino à ignorância, omissão e cumplicidade! Entre os discípulos dessa concepção estão alguns exemplares “interessantes”...aqueles que geralmente se acovardam diante do Político Caráter-de-rato, esse tipinho de gente bem silenciosa e ladra, e de repente se apresentam  violentos diante do roubo dos pobres...exemplo: é incapaz de fazer um barulhinho denunciando um político ladrão mas é capaz de quebrar os ossos de um menino de rua que lhe roube o celular. Existem outros também que ficam atacados e beirando a histeria se alguém falar mal do político ladrão que lhe dá os restos do que a dita excelência come e se empanturra na roubalheira desavergonhada.  
      Mas existem muitos também... e são muitos mesmo que nem imaginam a força que unidos têm... que insistem em mostrar os fétidos esgotos, onde silenciosos ratos políticos transitam, e insistem mais ainda em trabalhar por mudanças concretas e objetivas para que a miséria humana e a barbárie social não continuem a ser cotidianamente reproduzidas na vida do povo e simbolizadas nas lágrimas de sofrimento e desespero das mães que perderam suas crianças para o crime organizado!
      Estou entre aqueles que são honestos por convicção e do mundo da bondade por opção... e que embora tenhamos certeza que as possibilidades de vitória do nosso lado, por enquanto, são poucas, continuamos lutando e semeando as pequenas e frágeis sementes da esperança que um dia possibilitarão a bela e perfumada festa de flores e frutos, de ética e justiça social!  

Heloisa Helena
Vereadora PSOL
 Maceió - AL

fonte:

Violência doméstica é principal motivo que leva crianças e adolescentes às ruas

Por: Daniella Jinkings, da Agência Brasil
Publicado em 25/03/2011, 11:04

Brasília –  A violência doméstica e o uso de drogas são os principais motivos que levam crianças e adolescentes às ruas. De acordo com o censo da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa. Além disso, 30,4% são usuários de drogas ou álcool.

Os dados divulgados pela SDH apontam que 32,2% das crianças e adolescentes tiveram brigas verbais com pais e irmãos, 30,6% foram vítimas de violência física e 8,8% sofreram violência e abuso sexual. A busca da liberdade, a perda da moradia pela família, a busca de trabalho para o próprio sustento ou da família, os conflitos com a vizinhança e brigas de grupos rivais também levam os jovens à situação de rua.

Feita em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável (Idest), a pesquisa ouviu 23,9 mil crianças e adolescentes em situação de rua em 75 cidades do país, abrangendo capitais e municípios com mais de 300 mil habitantes. A população de crianças e adolescentes em situação de rua é predominantemente do sexo masculino (71,8%), com idade entre 12 e 15 anos (45,13%).

A maior parte das crianças e dos adolescentes em situação de rua dorme em residências com suas famílias e trabalha na rua (58,3%), sendo que 23,2% dormem em locais de rua e apenas 2,9% dormem temporariamente em instituições de acolhimento.

Entre os que dormem na casa da família e os que pernoitam na rua, 60,5% mantêm vínculos familiares.  Já 55,5% classificaram como bom ou "muito bom" o relacionamento que mantêm com os pais, enquanto 21,8% consideraram esse relacionamento ruim ou péssimo.

Embora a maior parte das crianças ou adolescentes em situação de rua esteja em idade escolar, 79,1% não concluíram o primeiro grau. Apenas 6,7% concluíram o primeiro grau, 4,1% começaram a cursar o segundo grau, 0,6% concluíram o segundo grau e 8,8% nunca estudaram.

Segundo o levantamento, 49,2% das crianças e adolescentes em situação de rua se declararam pardos ou morenos, 23,8%, brancos e 23,6%, negros. Além disso, os níveis de renda são baixos - 40,3% das crianças e adolescentes em situação de rua vivem com renda média de até R$ 80,00 semanais. Apenas 18,8% afirmaram ter renda semanal superior a esse valor.

A  maioria das crianças e adolescentes em situação de rua trabalha, pede dinheiro ou alimentos (99,2%). Entre as atividades mais recorrentes destacam-se a venda de produtos de pequeno valor, como balas e chocolates, o trabalho como "flanelinha", a separação no lixo de material reciclável e a atividade de engraxate. Ao todo, 65,2% conseguem dinheiro ou alimentos desenvolvendo pelo menos uma dessas atividades.

Os dados apontam  que 29,5% dos jovens pedem dinheiro ou alimentos como principal meio de sobrevivência. Além disso, uma parcela de 7,3% dos entrevistados, composta principalmente por crianças com pouca idade, está nas ruas acompanhada pelos pais e parentes em atividades de venda de produtos ou pedido de contribuição em dinheiro ou alimentos.

Os dois principais motivos de as crianças e adolescentes trabalharem ou pedirem nas ruas são o próprio sustento (52,7%) e o sustento da família (43,9%).  De acordo com a pesquisa, 6,8% pedem esmola ou trabalham na rua  porque "não têm o que fazer em casa" e 6,3% porque "é mais divertido ficar na rua".

De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, o relatório completo deve ser divulgado na próxima semana. Além disso, a SDH e o Ministério do Desenvolvimento Social apresentarão ações e políticas públicas específicas para essa população.
 

Fonte:

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/03/2011/03/violencia-domestica-e-principal-motivo-que-leva-criancas-e-adolescentes-as-ruas